Esta semana na rubrica M.Inuto estivemos à conversa com Gonçalo de Sá, atualmente Channel Marketing Manager no BBVA Portugal, para saber quais as tendências de Marketing para os próximos anos. De forma pragmática, o
E-commerce foi identificado como a tendência mais evidente e em crescimento durante o ano de 2020. A big data e a sustentabilidade foram outras das tendências identificadas pelo Marketeer, agora no setor financeiro. Por fim, a empatia da comunicação das marcas é algo que está cada vez mais patente nas decisões estratégicas das empresas.

 

O ecossistema de E-commerce cresceu e desenvolveu-se de forma evidente no ano de 2020, uma vez que as empresas tiveram uma necessidade clara de encontrar uma solução para aquilo que estavam a viver, sobretudo porque precisavam de vender. O aumento de registos “.pt” aumentou cerca de um milhão, o que demonstra um crescimento e procura de novos websites e consequente E-commerce. Esta necessidade deve-se também ao facto do tecido empresarial português ser maioritariamente constituído por pequenas e médias empresas. A evolução de forma acelerada e o crescimento desta tendência permitiram que as empresas inovassem e oferecessem aos seus clientes mais um canal de venda.

 

O tratamento de toda a informação que as empresas têm dos seus clientes é uma realidade cada vez mais visível, o que permite que sejam traçados perfis de consumo e uma oferta mais segmentada e focalizada. A comunicação online e a presença digital deixa uma pegada do perfil do cliente, permitindo assim, que os seus dados sejam tratados. Não é propriamente os dados individuais de cada cliente, mas muitas vezes um perfil comum e agregado de informação, muitas vezes quase infinita.

 

“Há um conjunto de dados que as empresas têm ao seu dispor para ser trabalhados e vai continuar a ser um dos ativos mais valiosos”

 

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A tendência que se tem verificado nos últimos anos de uma maior preocupação das empresas e das pessoas com a sustentabilidade manifestou-se com a aceleração do ecossistema de E-commerce.

“As próprias empresas estão neste momento a criar projetos de eficiência energética, naquilo que é a poupança e o consumo de energia”

 

Por fim, e não menos importante, a tendência identificada pelo marketeer é a empatia das marcas na sua comunicação, realçando que “as pessoas começaram a pedir que as marcas fossem mais humanas”, algo que a pandemia veio acelerar.

 

No seguimento destas tendências de marketing para os próximos anos, foram identificados os desafios para que as empresas portuguesas se consigam adaptar. Em primeiro lugar há um desafio estrutural uma vez que a maior parte das empresas são PMEs e portanto precisam dessa adaptação das bases das empresas. Associado a este desafio surge o desafio de mindset, sendo que as empresas mais familiares e com menos de existência não têm mentalidade de digital e de marketing. Por fim, e para que todos os desafios sejam superados é necessário haver um investimento em formação contínua dos colaboradores, uma vez que o marketing digital é algo que muda com mais rapidez e, portanto, uma maior necessidade de adaptação às boas práticas deste ecossistema. A arquitetura dos sistemas também foi identificado como um desafio, no entanto, “há muitas soluções que podem ser implementadas rapidamente por pequenas empresas e não só por multinacionais”.

 

Em resumo, a mentalidade dos empresários e o investimento em mudanças de estrutura e na formação contínua são a chave para que tudo junto se consiga adaptar à realidade do que o consumidor quer e, assim vingar no mercado cada vez mais competitivo, desenvolvendo sistemas de E-commerce mais sustentáveis e com a preocupação de mais empatia das marcas com os seus clientes.

 

Veja aqui a conversa completa com Gonçalo de Sá:

 

 

Duarte Reis
Digital Marketing Consultant