Antes de falarmos do perfil do e-buyer português faremos uma breve análise das tendências de consumo online em Portugal.

e-commerce em Portugal

Como sabemos, em 2020, a pandemia veio acelerar o crescimento do comércio eletrónico em Portugal devido aos grandes períodos de confinamento que fomos obrigados a fazer. Neste ano, o crescimento do e-commerce de produto foi de 46%, fortemente impulsionado pelo mercado doméstico (o mercado de envios domésticos cresceu cerca de 70%).

Segundo o CTT e-commerce report 2021, em 2020, o número de portugueses adultos que comprou online correspondeu a 4,41 milhões com um volume gasto na ordem dos 4,4 milhões de euros.

Em 2021, já com o impacto da vacinação e com a abertura dos espaços físicos, assistimos ao desacelerar deste crescimento, mas, ainda assim, com uma taxa de crescimento acima dos 20%.

A perspetiva futura, segundo o relatório dos CTT, é que o e-commerce continue a crescer devido à satisfação com o resultado da compra. Como consequência da cobrança de IVA, em todas compras extracomunitárias, prevê-se, igualmente, o aumento das compras em lojas online nacionais. Por outro lado, prazos de entrega mais rápidos e pagamentos realizados por dispositivos móveis, parecem ser algumas das exigências dos consumidores online.

Perfil do e-buyer português

O perfil de consumidor português tem vindo a alterar-se progressivamente ao longo dos últimos anos. A idade, o género e o rendimento são fatores predominantes para determinar o target que mais compra online em Portugal.

 

 

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Segundo a revista "Distribuição Hoje", o perfil do e-buyer é equilibrado em termos de género, ainda que os compradores do sexo masculino (51,2%) superem ligeiramente os do sexo feminino. De uma forma geral, o e-buyer português, encontra-se entre os 25 e os 54 anos e reside principalmente em Lisboa e no Porto.

De notar que segundo a "Eco" (Jornal económico online), houve um aumento de compras online, face a anos anteriores, de 5,8% por parte do público masculino e de 8,8% no que toca às mulheres.

Razões de compra do e-buyer

O e-buyer compra online essencialmente por uma questão de conveniência, não só pela facilidade de não se deslocar à loja física como também pela possibilidade de comprar a qualquer hora. Outra das razões que levam os consumidores a optarem pela compra online está relacionada com o acesso, por vezes, privilegiado aos descontos e promoções.

O que o e-buyer compra

No que diz respeito à categoria de produtos mais comprados pelos consumidores online, a revista Distribuição Hoje destaca, por ordem de preferência:  vestuário e calçado; eletrónica e computadores; higiene e cosmética e, por fim, livros e filmes.

Os números de compra

Falando em números, sabemos que, em média cada e-buyer português realizou, no ano de 2020, 18,7 compras de produtos com um valor médio de 53,40 € (CTT e-commerce Report 2021).

Por sua vez, o INE (Instituto Nacional de Estatística) diz-nos que, cerca de 36,7% dos portugueses, em 2021, fizeram compras online entre os 100€ e os 499€. Estes valores ganham especial importância quando comparados com 2019 em que metade dos compradores faziam uma ou duas compras online por ano em que gastavam menos de 50€.

Como compra

O preço e a mobilidade continuam a ser fatores preponderantes no ato da compra online. O telemóvel cresceu significativamente como dispositivo onde cada vez mais é realizada a compra e o preço, por outro lado, mantém-se como a razão principal que leva à compra online.

Em 2020, analisando o CTT e-commerce Report 2021, a compra online foi feita maioritariamente a partir de casa (97%), seguida do local de trabalho (23%).

No que toca aos dias com maior incidência para comprar online, o e-buyer não tem um dia específico, apesar do sábado ser o dia mais referido no estudo divulgado pelos CTT. Relativamente ao período do dia em que efetua a compra, a incidência recai pelo período da noite apesar da maioria referir não ter nenhum período específico para comprar online.

Como chamada de atenção àquela que foi a principal razão para, em 2021, o e-buyer abandonar o carrinho no ato da compra, está o facto do valor da compra ser mais elevado que o anunciado devido aos custos de entrega. Seguem-se outros fatores como problemas técnicos com o site e desconfiança quanto aos meios de pagamento (Revista Distribuição Hoje).

 

No dia de Portugal, quisemos partilhar estes dados que achamos interessantes e que corroboram a importância na definição estratégica na presença online da sua empresa.

Filipa Pereira
Apoio ao Negócio